Gêneros textuais

Boa tarde colegas,

Gostaria de refletir sobre tipologia e gênero textual, pois são um dos instrumentos que deve ser usado e explorado pelo professor. Primeiramente, deve ficar claro o que significa um termo e também o outro.

Tipologia textual segundo Marcuchi, "é um termo que deve ser usado para designar uma espécie de seqüência teoricamente definida pela natureza lingüística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Swales, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia Textual é usado para designar uma espécie de seqüência teoricamente definida pela natureza lingüística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22). "

Gênero textual "é definido como uma noção vaga para os textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam características sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica."

E para complementar, Travaglia define Tipologia Textual "como aquilo que pode instaurar um modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao fazer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo e/ou no espaço."

Já o gênero textual se caracteriza "por exercer uma função social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas e vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabemos que gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo com a função social dele."

Ou seja, o gênero textual te dar maior possibilidade e liberdade para expor o pensamento de uma forma descontraída através de diversos recursos textuais, ao contrário, da tipologia textual que é um recurso mais engessado, formal e único restrito apenas a narrar e dissertar os fatos e ações.

Saber distingüir e usar essa ferramenta é importante para que o aluno use de variados gêneros textuais para poder exprimir o que aprendeu através de uma música, um poema, uma poesia, carta etc.

Não só os alunos podem fazer uso desse recurso, como também os professores que infelizmente, se acomodam em ter como base o livro didático e assim, não experimentam novas estratégias para tornar a sua aula mais dinâmica e proveitosa, matando assim, o desejo e o interesse dos alunos de se aproximarem de qualquer gênero textual por prazer, ou simplesmente, de não se interessarem por não conhecerem essa diversidade textual.

Para trabalhar com gêneros textuais, é preciso fazer uso de diversos tipos de materiais como:

• uma poesia;
• uma canção;
• revistas(em quadrinho ou não) e jornais;
• um poema;
• receitas de bolo;
• bula de remédio;
• uma carta ou bilhete...

A revista Nova Escola apresenta uma infinidade de opções para se trabalhar com contos como o de Machado de Assis, "por serem compreensíveis por leitores de qualquer idade e com uma história bem próxima da realidade infantil ". É necessário abordar a história deste autor como os outros para que a criança não fique "viajando" e saber em que contexto foi escrita aquela história. Uma das alternativas é o Conto de escola que é riquíssimo em gêneros textuais como a fábula, apólogo e lenda.

Enfim, são inumeráveis os recursos que podem ser utilizados para conseguir cativar os seus alunos para paixão pela escrita. E isso não pode se tornar um empecilho para o docente mas uma experiência que com certeza irá trazer grandes e positivos resultados.

Para mim, essa pesquisa foi muito significativa pois não sabia a distinção entre uma gênero textual e tipologia textual, na verdade, nem sabia que eles eram diferentes??!! Mas, é preciso reconhecer cada estilo lingüístico para que o professor e os alunos não fiquem restrito a uma só maneira de pensar e aprender, mas esteja aberto a múltiplas maneiras de aprender para que se torne um adulto questionador e leitor.

Beijos!!!

Fontes:

www.algosobre.com.br

www.novaescola.com.br/edição 215 - 09/2008